terça-feira, 19 de maio de 2015

O coração revelador



É verdade. Tenho sido e sou nervoso, muito nervoso, terrivelmente nervoso. Mas, por que ireis dizer que sou louco? A enfermidade me aguçou os sentidos, não os destruiu, não os entorpeceu. Era penetrante, acima de tudo, o sentido da audição. Eu ouvia todas as coisas, no céu e na terra. Muitas coisas do inferno eu ouvia. Como, então, sou louco? Prestai atenção. E observai quão lucidamente, quão calmamente vos posso contar toda a história.

É impossivel dizer como a idéia me penetrou primeiro no cerebro; uma vez concebida, porém, ela me perseguiu dia e noite. Não havia motivo. Não havia cólera. Eu gostava do velho. Ele nunca me fizera mal. Nunca me insultara. Eu não desejava seu ouro. Penso que era o olhar dele. Sim, era isso. Um de seus olhos se parecia com o de um abutre.... um olho de cor azul pálida, que sofria de catarata. Meu sangue se enregelava, sempre que ele caía sobre mim; e assim, a pouco e pouco, bem lentamente, fui-me decidindo a tirar a vida do velho e desse modo libertar-me daquele olho para sempre.

Ora, aí é que está o problema. Imaginais que sou louco. Os loucos nada sabem. Deveríeis, porem, ter-me visto. Deveríeis ter visto como precedi cautamente, com que prudência, com que previsão, com que dissimulação, lancei mãos à obra.

Eu nunca fora mais bondoso para com o velho que durante a semana inteira, antes de matá-lo. E todas as noites, por volta da meia-noite, eu girava o trinco da porta de seu quarto e abria... Oh! Bem devagarinho. E depois, quando a abertura era suficiente para conter minha cabeça, eu introduzia uma lanterna com tampa, toda velada, bem velada, de modo que nenhuma luz se projetasse para fora, e, em seguida, enfiava a cabeça. Oh! teríeis rido ao ver como a enfiava habilmente. Movia-a lentamente, muito, muito lentamente, a fim de não perturbar o sono do velho. Levava uma hora para colocar a cabeça inteira além da abertura, até poder vê-lo deitado na cama. Ah! Um louco seria precavido assim? E depois, quando minha cabeça estava bem dentro do quarto, eu abria a tampa da lanterna cautelosamente... Oh! bem cautelosamente!... cautelosamente... porque a dobradiça rangia... abria-a só até permitir que apenas um débil raio de luz caísse sobre o olho de abutre. E isto eu fiz durante sete longas noites... sempre precisamente à meia-noite... e sempre encontrei o olho fechado. Assim, era impossível fazer a minha tarefa, porque não era o velho que me perturbava, mas o seu olho diabólico. E todas as manhãs, quando o dia raiava, eu penetrava atrevidamente no quarto e falava-lhe sem temor, chamando-o pelo nome com ternura e perguntando como havia passado a noite. Por aí vedes que ele precisaria ser um velho muito perspicaz, para suspeitar que todas noites, justamente à meia-noite, eu o espreitava, enquanto dormia.

Na oitava noite, fui mais cauteloso do que de habito, ao abrir a porta. O ponteiro dos minutos de um relogio mover-se-ia mais rapidamente que meus dedos. Jamais, antes daquela noite, sentira eu tanto a extensão de meus próprios poderes, de minha sagacidade. Mal conseguia conter meus sentimentos de triunfo. Pensar que ali estava eu, a abrir a porta, pouco a pouco, e que ele nem sequer sonhava com os meus atos ou pensamentos secretos... Ri com gosto, entre os dentes, a essa idéia... E talvez ele me tivesse ouvido, porque se moveu de súbito na cama, como se assustado. Pensai talvez que recuei? Não! O quarto dele estava escuro como piche, espesso de sombra, pois os postigos se achavam hermeticamente fechados, por medo dos ladrões. E eu sabia, assim, que ele não podia ver a abertura da porta. Continuei a avançar. Cada vez mais. Cada vez mais.

Já estava com a cabeça dentro do quarto a ponto de abrir a lanterna, quando meu polegar deslizou sobre o fecho de lata e o velho saltou da cama, gritando: "Quem está ai?"
Fiquei completamente silencioso e nada disse. Durante uma hora inteira, não movi um músculo. E, por todo esse tempo, não o ouvi deitar-se de novo. Ele ainda estava sentado na cama à escuta. Justamente como eu fizera, noite após noite, ouvindo a ronda da morte próxima.
Depois, ouvi um leve gemido e notei que era o gemido do terror mortal. Não era um gemido de dor ou de pesar, oh, não. Era o som grave e sufocado que se ergue do fundo da alma, quando sobrecarregada de medo. Bem conhecia esse som. Muitas noites, ao soar a meia-noite, quando o mundo inteiro dormia, ele irrompia do meu próprio peito, aguçando com seu eco espantoso, os terrores que me aturdiam. Disse que bem o conhecia. Conheci tambem o que o velho sentia e tive pena dele, embora abafasse um riso no coração. Eu sabia que ele ficara acordado desde o primeiro leve rumor, quando se voltara para a cama. Daí por diante, seus temores foram crescendo. Tentara imaginá-los sem motivo, mas não fora possivel. Dissera a si mesmo: "É só o vento na chaminé", ou "É só um rato andando pelo chão", ouvi apenas um grito que trilou um instante só. Sim, ele estivera tentando animar-se com essas suposições, mas tudo fora em vão. Tudo em vão, porque a morte, ao aproximar-se dele, projetara sua sombra negra para a frente, envolvendo nela a vítima. E era a influencia tétrica dessa sombra não percebida que o levava a sentir - embora não visse nem ouvisse - a sentir a presença de minha cabeça, dentro do quarto.

Depois de esperar longo tempo, com muita paciência, sem ouvi-lo deitar-se, resolvi abrir um pouco, muito, muito pouco a tampa da lanterna. Abri-a, podeis imaginar quão furtivamente, até que, por fim, um raio de luz apenas, tênue como o fio de uma teia de aranha, passou pela fenda e caiu sobre o olho de abutre.

Ele estava aberto. Todo, plenamente aberto. E, ao contemplá-lo, minha furia cresceu-o. Vi-o com perfeita clareza. Todo de azul desbotado, com uma horrivel pelicula a cobri-lo, o que me enregelava até à medula dos ossos. Mas não podia ver nada mais da face, ou do corpo do velho, pois dirigira a luz, como por instinto, sobre o maldito lugar.

Ora, não vos disse que apenas é super-acuidade dos sentidos, aquilo que erradamente julgais loucura? Repito, pois, que chegou aos meus ouvidos, um som baixo, monótono, rápido como o de um relógio, quando abafado em algodão. Igualmente eu bem sabia que som era aquele. Era o bater do coração do velho. Ele me aumentava a furia, como o bater de um tambor estimula a coragem do soldado.
Ainda aí, porém, refreei-me e fiquei quieto. Tentei manter tão fixamente quanto pude a réstea de luz sobre o olho do velho. Entretanto, o infernal tan-tan do coração aumentava. A cada instante ficava mais alto, mais rápido, mais alto, mais rápido. O terror do velho deve ter sido extremo. Cada vez mais alto, repito, a cada momento. Prestais bem atenção? Disse-vos que sou nervoso: Sou-o. E então, àquela hora morta da noite, tão estranho ruído excitou em mim um terror incontrolavel. Contudo, por alguns minutos mais, dominei-me e fiquei quieto. Mas o bater era cada vez mais alto. Julguei que o coração ia rebentar. E, depois, nova angústia me aferrou: o rumor poderia ser ouvido por um vizinho. A hora do velho tinha chegado. Com um alto berro, escancarei a lanterna e pulei para dentro do quarto. Ele guinchou mais uma vez... uma vez só. Num instante, arrastei-o para o soalho e virei a pesada cama sobre ele. Então sorri alegremente, por ver a façanha realizada. Mas, durante muitos minutos, o coração continuou a bater, com som cavo e surdo. Isto, porém, não me vexava. Não seria ouvido através da parede. Afinal, cessou. O velho estava morto. Removi a cama e examinei o cadáver. Sim, era uma pedra, uma pedra morta. Coloquei minha mão sobre o coração e ali a mantive durante muitos minutos. Não havia pulsação. Estava petrificado. Seu olho não mais me perturbaria.
Se ainda pensais que sou louco, não mais o pensareis, quando eu descrever as sábias precauções que tomei, para ocultar o cadáver. A noite avançava e eu trabalhava apressadamente, porém, em silêncio. Em primeiro lugar, esquartejei o corpo. Cortei-lhe a cabeça, os braços e as pernas.

Arranquei depois três pranchas do soalho do quarto e coloquei tudo entre os vãos. Depois recoloquei as tabuas, com tamanha habilidade e perfeição, que nenhum olhar humano, nem mesmo o DELE, poderia distinguir qualquer coisa suspeita. Nada havia a lavar, nem mancha de especie alguma, nem marca de sangue. Fora demasiado prudente no evitá-las. Uma tina tinha recolhido tudo... ah! ah! ah!
Terminadas todas estas tarefas, eram já quatro horas. Mas ainda estava escuro, como se fosse meia-noite. Quando o sino soou a hora, bateram à porta da rua. Desci a abri-la, de coração ligeiro... pois que tinha eu AGORA a temer? Entraram três homens, que se apresentaram, com perfeita mansidão, como soldados da polícia. Fora ouvido um grito por um vizinho, durante a noite. Despertara-se a suspeita de um crime. Tinha-se formulado uma denuncia à polícia e eles, soldados, tinham sido mandados para investigar.

Sorri... pois que tinha eu a temer? Dei as boas vindas aos cavalheiros. O grito, disse eu, fora meu mesmo, em sonhos. O velho, relatei, estava ausente, no interior. Levei meus visitantes a percorrer toda a casa. Pedi-lhes que dessem uma busca... COMPLETA. Conduzi-os, afinal, ao quarto DELE. Mostrei-lhes suas riquezas, em segurança, intactas. No entusiasmo de minha confiança, trouxe cadeiras para o quarto e mostrei desejos de que eles ficassem ALI, para descansar de suas fadigas, enquanto eu mesmo, na desenfreada audácia de meu perfeito triunfo, colocava minha própria cadeira, precisamente sobre o lugar onde repousava o cadáver da vítima.

Os soldados ficaram satisfeitos. Minhas maneiras os haviam convencido. Sentia-me singularmente à vontade. Sentaram-se e, enquanto eu respondia cordialmente, conversaram coisas familiares. Mas, dentro em pouco, senti que ia empalidecendo e desejei que eles se retirassem. Minha cabeça doia e parecia-me ouvir zumbidos nos ouvidos. Eles, porém, continuavam sentados e continuavam a conversar. O zumbido tornou-se mais distinto. Continuou e tornou-se ainda mais distinto. Eu falava mais, para dominar a situação. Ela, porém, continuava e aumentava sua perceptibilidade, até que, afinal, descobri que o barulho não era dentro de meus ouvidos.

É claro que, então, a minha palidez aumentou sobremaneira. Mas eu falava ainda mais fluentemente e em tom de voz muito elevado. Não obstante, o som se avolumava... E que podia eu fazer? Era um SOM GRAVE, MONÓTONO, RÁPIDO... MUITO SEMELHANTE AO DE UM RELÓGIO ENVOLTO EM ALGODÃO. Respirava com dificuldade... E, no entanto, os soldados não o ouviam. Falei mais depressa ainda, com mais veemência. Mas o som aumentava constantemente. Levantei-me e fiz perguntas a respeito de ninharias, em tom bastante elevado e com violenta gesticulação, mas o som constantemente aumentava. Oh! Deus! Que poderia eu fazer? Espumei. Enraiveci-me... Praguejei. Fiz girar a cadeira, sobre a qual estivera sentado, e arrastei-a sobre as tábuas, mas o barulho se elevava acima de tudo e continuamente aumentava. Tornou-se mais alto... mais alto... mais alto. E os homens continuavam ainda a passear, satisfeitos, e sorriam. Seria possivel que eles não ouvissem? 

Deus Todo Poderoso!... Não, não! Eles suspeitavam!... Eles SABIAM!... Estavam zombando do meu horror!...

Isto pensava eu, e ainda penso.

Outra coisa qualquer porém, era melhor que essa agonia. Qualquer coisa era mais tolerável que essa irrisão. Sentia que devia gritar, ou morrer!... E agora... de novo!... Escutai... Mais alto! MAIS ALTO! MAIS ALTO! MAIS ALTO!...

— Vilões — trovejei — não finjam mais. Confesso o crime. Arranquem as pranchas!... aqui, aqui!... Ouçam o batido do seu horrendo coração

Autor: Edgar Allan Poe

Berenice


Desgraça é variada. O infortúnio da terra é multiforme. Estendendo-se pelo vasto horizonte, como o arco-íris, suas cores são como as deste, variadas, distintas e, contudo, intimamente misturadas. Estendendo-se pelo vasto horizonte, como o arco-íris! Como é que, da beleza, derivei eu um exemplo de feiúra? Da aliança da paz, um símile de tristeza? Mas é que, assim como na ética o mal é uma conseqüência do bem, igualmente, na realidade, da alegria nasce a tristeza. Ou a lembrança da felicidade passada é a angústia de hoje, ou as agonias que existem agora têm sua origem nos êxtases que podiam ter existido
Meu nome de batismo é Egeu; o de minha família não o mencionarei. E, no entanto, não há torres no país mais vetustas do que as salas cinzentas e melancólicas do solar de meus avós. Nossa estirpe tem sido chamada uma raça de visionários. Em muitos pormenores notáveis, no caráter da mansão familiar, nos afrescos do salão principal, nas tapeçarias dos dormitórios, nas cinzeladuras de algumas colunas da sala de armas, porém mais especialmente na galeria de pinturas antigas, no estilo da biblioteca, e, por fim, na natureza muito peculiar dos livros que ela continha, há mais que suficiente evidência a garantir minha assertiva.
As recordações de meus primeiros anos estão intimamente ligadas àquela sala e aos seus volumes, dos quais nada mais direi. Ali morreu minha mãe. Ali nasci. Mas é ocioso dizer que eu não havia vivido antes, que a alma não tem existência prévia. Vós negais isto? Não discutamos o assunto. Convencido eu mesmo, não procuro convencer. Há, porém, uma lembrança de forma aérea, de olhos espirituais e expressivos, de sons musicais embora tristes; uma lembrança que jamais será apagada; uma reminiscência parecida a uma sombra, vaga, variável, indefinida, instável; e tão parecida a uma sombra, também, que me vejo na impossibilidade de livrar-me dela enquanto a luz de minha razão existir.
Foi naquele quarto que nasci. Emergindo assim da longa noite daquilo que parecia mas não era, o nada, para logo cair nas mesmas regiões da terra das fadas, num palácio fantástico, nos estranhos domínios do pensamento monástico e da erudição, não é de estranhar que tenha eu lançado em torno de mim um olhar ardente e espantado, que tenha consumido minha infância nos livros e dissipado minha juventude em devaneios; mas é estranho que, com o correr dos anos, e tendo o apogeu da maturidade me encontrado ainda na mansão de meus pais; é maravilhoso que a inércia tenha tombado sobre as fontes da minha vida; é maravilhoso como total inversão se operou na natureza de meus pensamentos mais comuns. As realidades do mundo me afetavam como visões, e somente como visões, enquanto as loucas idéias da terra dos sonhos tornavam-se, por sua vez, não o estofo de minha existência cotidiana, mas, na realidade, a própria existência em si, completa e unicamente.
Berenice e eu éramos primos e crescemos juntos no solar paterno. Mas crescemos diferentemente: eu, de má saúde e mergulhado na minha melancolia, ela, ágil, graciosa e exuberante de energia; ela, entregue aos passeios pelas encostas da colina, eu, aos estudos no claustro. Eu, encerrado dentro do meu próprio coração e dedicado, de corpo e alma, à mais intensa e penosa meditação, ela, divagando descuidosa pela vida, sem pensar em sombras no seu caminho ou no vôo saliente das horas de asas lutulentas. Berenice! – invoco-lhe o nome – Berenice! – e das ruínas sombrias da memória repontam milhares de tumultuosas recordações ao som da invocação! Ah! bem viva tenho agora a sua imagem diante de mim, como nos velhos dias de sua jovialidade e alegria! Oh! deslumbrante, porém fantástica beleza! Oh! sílfide entre arbustos de Arnheim! Oh! náiade entre as suas fontes! E depois. . . depois tudo é mistério e horror, uma história que não deveria ser contada. Uma doença, uma fatal doença, soprou, como o simum, sobre seu corpo. E precisamente quando a contemplava, o espírito da metamorfose arrojou-se sobre ela invadindo-lhe a mente, os hábitos e o caráter e, da maneira mais sutil e terrível, perturbando-lhe a própria personalidade! Ah! o destruidor veio e se foi! E a vítima. . . onde estava ela? Não a conhecia. . . ou não mais a conhecia como Berenice!
Entre a numerosa série de males, acarretados por aquele fatal e primeiro que ocasionou uma revolução de tão horrível espécie no ser moral e físico de minha prima, pode-se mencionar como o mais aflitivo e obstinado em sua natureza, uma espécie de epilepsia, que, não raro, terminava em transe cataléptico, transe muito semelhante à morte efetiva e da qual despertava ela quase sempre duma maneira assustadoramente subitânea. Entrementes, minha própria doença – pois me fora dito que eu não poderia dar-lhe outro nome – minha própria doença aumentou e assumiu afinal um caráter de monomania, de forma nova e extraordinária, e a cada hora e momento crescia em vigor e por fim veio a adquirir sobre mim a mais incompreensível ascendência. Esta monomania, se devo assim chamá-la, consistia numa irritabilidade mórbida daquelas faculdades do espírito denominadas pela ciência metafísica “faculdades da atenção “. É mais que provável não me entenderem, mas temo, deveras, que me seja totalmente impossível transmitir à mente do comum dos leitores uma idéia adequada daquela nervosa INTENSIDADE DE ATENÇÃO com que, no meu caso, as faculdades meditativas (para evitar a linguagem técnica) se aplicavam e absorviam na contemplação dos mais vulgares objetos do mundo.
Meditar infatigavelmente longas horas, com a atenção voltada para alguma frase frívola, à margem de um livro ou no seu aspecto tipográfico; ficar absorto, durante a melhor parte dum dia de verão, na contemplação duma sombra extravagante, projetada obliquamente sobre a tapeçaria, ou sobre o soalho; perder uma noite inteira olhando a chama imóvel duma lâmpada, ou as brasas de um fogão; sonhar dias inteiros com o perfume de uma flor; repetir, monotonamente, alguma palavra comum, até que o som, à força da repetição freqüente, cessasse de representar ao espírito a menor idéia, qualquer que fosse; perder toda a noção de movimento ou de existência física, em virtude de uma absoluta quietação do corpo, prolongada e obstinadamente mantida – tais eram os mais comuns e menos perniciosos caprichos provocados por um estado de minhas faculdades mentais, não, de fato, absolutamente sem paralelo, mas certamente desafiando qualquer espécie de análise ou explicação.
Sejamos, porém, mais explícitos. A excessiva, ávida e mórbida atenção assim excitada por objetos, em sua própria natureza triviais, não deve ser confundida, a propósito, com aquela propensão ruminativa comum a toda a humanidade e, mais especialmente, do agrado das pessoas de imaginação ardente. Nem era tampouco, como se poderia a princípio supor, um estado extremo, ou um a exageração de tal propensão, mas primária e essencialmente distinta e diferente dela. Naquele caso, o sonhador ou entusiasta, estando interessado por um objeto, geralmente não trivial, perde imperceptivelmente de vista esse objeto através duma imensidade de deduções, e sugestões dele provindas, até que, chegando ao fim daquele sonho acordado, muitas vezes repleto de voluptuosidade, descobre estar o incitamentum, ou causa primeira de suas meditações, inteiramente esvanecido e esquecido. No meu caso, o ponto de partida era invariavelmente frívolo, embora assumisse, por força de minha visão doentia, uma importância irreal e refratada. Nenhuma ou poucas reflexões eram feitas e estas poucas voltavam, obstinadamente, ao objeto primitivo, como a um centro. As meditações nunca eram agradáveis, e, ao fim do devaneio, a causa primeira, longe de estar fora de vista, atingira aquele interesse sobrenaturalmente exagerado, que era a característica principal da doença. Em uma palavra, as faculdades da ment
e, mais particularmente exercitadas em mim, eram, como já disse antes, as da atenção ao passo que no sonhador-acordado são as especulativas.
Naquela época, os meus livros, se não contribuíam efetivamente para irritar a moléstia, participavam largamente, como é fácil perce-ber-se, pela sua natureza imaginativa e inconseqüente, das qualidades características da própria doença. Bem me lembro, entre outros, do tratado do nobre italiano Coelius Secundus Curio ‘De AMPLITUDINE BEATI REGNI DEI;” da grande obra de Santo Agostinho, “A CIDADE DE DEUS”; do “De CARNE CHRISTI”, de Tertuliano, no qual a paradoxal sentença: MORTUS EST DEI FILIUS; CREDIBILE EST QUIA INEPTUM EST: ET SEPULTUS RESUR-REXIT; CERTUM EST QUIA IMPOSSIBiLE EST”, absorveu meu tempo todo, durante semanas de laboriosa e infrutífera investigação.
Dessa forma, minha razão perturbada, no seu equilíbrio, por coisas simplesmente triviais, assemelhava-se àquele penhasco marítimo, de que fala Ptolomeu Hefestião, que resistia inabalável aos ataques da violência humana e ao furioso ataque das águas e dos ventos, mas tremia ao simples toque da flor chamada asfódelo. E embora a um pensador desatento possa parecer fora de dúvida que a alteração produzida pela lastimável moléstia no estado moral de Berenice fornecesse motivos vários para o exercício daquela intensa e anormal meditação, cuja natureza tive dificuldades em explicar, contudo tal não se deu absolutamente. Nos intervalos lúcidos de minha enfermidade, a desgraça que a feria me mortificava realmente, e me afetava fundamente o coração aquela ruína total de sua vida alegre e doce. Por isso não deixava de refletir muitas vezes, e amargamente, nas causas prodigiosas que tinham tão subitamente produzido modificações tão estranhas. Mas essas reflexões não participavam da idiossincrasia de minha doença, e eram as mesmas que teriam ocorrido, em idênticas circunstâncias, à massa ordinária dos homens. Fiel a seu próprio caráter, minha desordem mental preocupava-se com as menos importantes, porém mais chocantes mudanças, operadas na constituição física de Berenice, na estranha e verdadeiramente espantosa alteração de sua personalidade.
De modo algum, jamais a amara durante os dias mais brilhantes de sua incomparável beleza. Na estranha anomalia de minha existência, os sentimentos nunca me provinham do coração, e minhas paixões eram sempre do espírito. Através do crepúsculo matutino, entre as sombras estriadas da floresta, ao meio-dia, e no silêncio de minha biblioteca, à noite, esvoaçara ela diante de meus olhos e eu a contemplara, não como a viva e respirante Berenice, mas como a Berenice de um sonho; não como um ser da terra, terreno, mas como a abstração de tal ser; não como coisa para admirar, mas para analisar; não como um objeto de amor, mas como o tema da mais abstrusa, embora inconstante, especulação. E agora. . . agora eu estremecia na sua presença e empalidecia à sua aproximação; embora lamentando amargamente sua decadência, e sua desolada condição, lembrei-me de que ela me amava desde há muito e num momento fatal, falei-lhe em casamento.
Aproximava-se, enfim, o período de nossas núpcias quando, numa tarde de inverno, de um daqueles dias intempestivamente cálidos, sossegados e nevoentos, que são a alma do belo Alcíone, sentei-me no mais recôndito gabinete da biblioteca. Julgava estar sozinho, mas, erguendo a vista, divisei Berenice, em pé à minha frente.
Foi a minha própria imaginação excitada, ou a nevoenta influência da atmosfera, ou o crepúsculo impreciso do aposento, ou as cinzentas roupagens que lhe caiam em torno do corpo, que lhe deram aquele contorno indeciso e vacilante? Não sei dizê-lo. Ela não disse uma palavra e eu, por forma alguma, podia emitir uma só sílaba. Um gélido calafrio correu-me pelo corpo, uma sensação de intolerável ansiedade me oprimia, uma curiosidade devoradora invadiu-me a alma e, recostando-me na cadeira, permaneci por algum tempo imóvel e sem respirar, com os olhos fixos no seu vulto. Ai! sua magreza era excessiva e nenhum vestígio da criatura de outrora se vislumbrava numa linha sequer de suas formas. O meu olhar ardente pousou-se afinal em seu rosto.
A fronte era alta e muito pálida e de uma placidez singular. O cabelo, outrora negro, de azeviche, caía-lhe parcialmente sobre a testa e sombreava as fontes encovadas com numerosos anéis, agora dum amarelo vivo, discordando, pelo seu caráter fantástico, da melancolia reinante em suas feições. Os olhos, sem vida e sem brilho, pareciam estar desprovidos de pupilas, e desviei involuntariamente a vista de sua fixidez vítrea para contemplar-lhe os lábios delgados e contraídos. Entreabriram-se e, num sorriso bem significativo, os dentes da Berenice transformada se foram lentamente mostrando. Prouvera a Deus nunca os tivesse visto, ou que, tendo-os visto, tivesse morrido!
O batido duma porta me assustou e, erguendo a vista, vi que minha prima havia abandonado o aposento. Mas do aposento desordenado do meu cérebro não havia saído, ai de mim! e não queria sair, o espectro branco e horrível de seus dentes. Nem uma mancha se via em sua superfície, nem um matiz em seu esmalte, nem uma falha nas suas bordas, que aquele breve tempo de seu sorriso não me houvesse gravado na memória. Via-os agora, mesmo mais distintamente do que os vira antes. Os dentes!. . – Os dentes! Estavam aqui e ali e por toda a parte, visíveis, palpáveis, diante de mim. Compridos, estreitos e excessivamente brancos, com os pálidos lábios contraídos sobre eles, como no instante mesmo do seu primeiro e terrível crescimento. Então desencadeou-se a plena fúria de minha monomania e em vão lutei contra sua estranha e irresistível influência. Os múltiplos objetos do mundo exterior não me despertavam outro pensamento que não fosse o daqueles dentes, Queria-os com frenético desejo. Todos os assuntos e todos os interesses diversos foram absorvidos por aquela exclusiva contemplação. Eles. Somente eles estavam presentes aos olhos de meu espírito, e eles, na sua única individualidade, se tornaram a essência de minha vida mental. Via-os sob todos os aspectos. Revolvia-os em todas as suas peculiaridades. Meditava em sua conformação. Refletia na alteração de sua natureza. Estremecia ao atribuir-lhes, em imaginação, faculdades de sentimento e sensação e, mesmo quando desprovidos dos lábios, capacidade de expressão moral. Dizia-se, com razão, de Mademoiselle de Sallé; que tous ses pas êtaient des sentiments” e de Berenice, com mais séria razão acreditava “que toutes ses dents étaient des idées”. Idées! Ah! esse foi o pensamento absurdo que me destruiu! Des idées! ah! eis porque eu os cobiçava tão loucamente! Sentia que somente a posse deles poderia restituir-me a paz, e devolver-me a razão.
E assim cerrou-se a noite em torno de mim. Vieram as trevas, demoraram, foram embora. E o dia raiou mais uma vez. E os nevoeiros de uma segunda noite de novo se adensavam em torno de mim. E eu ainda continuava sentado, imóvel, naquele quarto solitário, ainda mergulhado em minha meditação, ainda com o fantasma dos dentes, mantendo sua terrível ascendência sobre mim, a flutuar, com a mais viva e hedionda nitidez, entre as luzes e sombras mutáveis do aposento. Afinal, explodiu em meio de meus sonhos um grito de horror e de consternação, ao qual se seguiu, depois de uma pausa, o som de vozes aflitas, entremeadas de surdos lamentos de tristeza e pesar. Levantei-me e, escancarando uma das portas da biblioteca, vi, de pé, na antecâmara, uma criada, toda em lágrimas, que me disse que Berenice não mais. . – vivia! Fora tomada de um ataque epiléptico pela manhã e agora ao cair da noite, a cova estava pronta para receber seu morador e todos os preparativos do enterro estavam terminados.
Com o coração cheio de angústia, oprimido pelo temor, dirigi-me, com repugnância, para o quarto de dormir da defunta. Era um quarto vasto, muito escuro
, e eu me chocava, a cada passo, com os preparativos do sepultamento. Os cortinados do leito, disse-me um criado, estavam fechados sobre o ataúde e naquele ataúde, acrescentou ele, em voz baixa, jazia tudo quanto restava de Berenice.
Quem, pois, me perguntou se eu não queria ver o corpo ?- Não vi moverem-se os lábios de ninguém; entretanto, a pergunta fora realmente feita e o eco das últimas sílabas ainda se arrastava pelo quarto. Era impossível resistir e, com uma sensação opressiva, dirigi-me a passos tardos para o leito. Ergui de manso as sombrias dobras das cortinas mas, deixando-as cair de novo, desceram elas sobre meus ombros e, separando-me do mundo dos vivos, me encerraram na mais estreita comunhão com a defunta.
Todo o ar do quarto respirava morte; mas o cheiro característico do ataúde me fazia mal e imaginava que um odor deletério se exalava já do cadáver. Teria dado mundos para escapar, para livrar-me da perniciosa influência mortuária, para respirar, uma vez ainda, o ar puro dos céus eternos. Mas, faleciam-me as forças para mover-me, meus joelhos tremiam e me sentia como que enraizado no solo, contemplando fixamente o rígido cadáver, estendido ao comprido, no caixão aberto.
Deus do céu! Seria possível? Ter-se-ia meu cérebro transviado? Ou o dedo da defunta se mexera no sudário que a envolvia? Tremendo de inexprimível terror, ergui lentamente os olhos para ver o rosto do cadáver. Haviam-lhe amarrado o queixo com um lenço, o qual, não sei como, se desatara. Os lábios lívidos se torciam numa espécie de sorriso, e, por entre sua moldura melancólica, os dentes de Berenice, brancos luzentes, terríveis, me fixavam ainda, com uma realidade demasiado vivida. Afastei-me convulsivamente do leito e sem pronunciar uma palavra, como louco, corri para fora daquele quarto de mistério, de horror e de morte.
Achei-me de novo sentado na biblioteca, e de novo ali estava só. Parecia-me que, havia pouco, despertara de um sonho confuso e agitado. Sabia que era então meia-noite e bem ciente estava de que, desde o pôr-do-sol, Berenice tinha sido enterrada. Mas, do que ocorrera durante esse tétrico intervalo, eu não tinha qualquer percepção positiva, ou pelo menos definida. Sua recordação, porém, estava repleta de horror, horror mais horrível porque impreciso, terror mais terrível porque ambíguo. Era uma página espantosa do registro de minha existência, toda escrita com sombrias, medonhas e ininteligíveis recordações. Tentava decifrá-la, mas em vão; e de vez em quando, como o espírito de um som evadido, parecia-me retinir nos ouvidos o grito agudo e lancinante de uma voz de mulher. Eu fizera alguma coisa; que era, porém? Interrogava-me em voz alta e os ecos do aposento me respondiam “Que era?”
Sobre a mesa, a meu lado, ardia uma lâmpada e, perto dela, estava uma caixinha. Não era de aspecto digno de nota e eu freqüentemente a vira antes, pois pertencia ao médico da família; mas, como viera ter ali, sobre minha mesa, e por que estremecia eu ao contemplá-la? Não valia a pena importar-me com tais coisas e meus olhos, por fim, caíram sobre as páginas abertas de um livro e sobre uma sentença nelas sublinhada. Eram as palavras singulares, porém simples, do poeta Ebn Zaiat: “Dicebant mihi sodales, si sepulchrum amicae visitarem, curas meas aliquantulum fore levatas’. Por que, então, ao lê-las, os cabelos de minha cabeça se eriçaram até a ponta, e o sangue de meu corpo se congelou nas veias?
Uma leve pancada soou na porta da biblioteca e, pálido como o habitante de um sepulcro, um criado entrou, na ponta dos pés. Sua fisionomia estava transtornada de pavor e ele me falou em voz trêmula, rouca e muito baixa. Que disse? Ouvi frases truncadas. Falou-me de um grito selvagem, que perturbara o silêncio da noite. -da acorrência dos moradores da casa. – – de uma busca do lugar de onde viera o som. E depois sua voz se tornou penetrantemente distinta, ao murmurar a respeito de um túmulo violado — . de um corpo desfigurado, desamortalhado, mas ainda respirante, ainda pal-pitante, ainda vivo!
Apontou para minhas roupas; estavam sujas de barro e de coágulos de sangue. Eu nada falava e ele pegou-me levemente na mão; havia, gravadas nela, sinais de unhas humanas. Chamou-me a atenção para certo objeto encostado à parede, que contemplei por alguns minutos: era uma pá.
Com um grito, saltei para a mesa e agarrei a caixa que sobre ela jazia. Mas não pude arrombá-la; e, no meu tremor, ela deslizou de minhas mãos e caiu com força, quebrando-se em pedaços. E dela, com um som tintinante, rolaram vários instrumentos de cirurgia dentária, de mistura com trinta e duas coisas brancas, pequenas, como que de marfim, que se espalharam por todo o assoalho

Autor: Edgar Allan Poe

Plano de Ensino: Educação Infantil - Fase I e II



Professora: Alcione Aparecida Almeida da Costa
Disciplina: Língua Inglesa


Plano de ensino
Educação Infantil: Fase I e II




Lorena, 2015.



Justificativa

Para que a criança se sinta parte integrante do processo de ensino e aprendizagem é preciso que ela sinta prazer pelo o que está sendo ensinado, por meio da interação e do lúdico.

Objetivo geral:

·         Levar a criança a assimilar um novo vocabulário por meio de roda de conversa;
·         Apresentar uma segunda língua de forma lúdica e interativa.

Objetivo específico:

*      Despertar a curiosidade de aprender uma nova língua;
*      Desenvolver a parte motora, cognitiva e emocional da criança;
*      Mostrar a importância de uma segunda língua no caso a Língua Inglesa;

Tempo: 12 meses

Conteúdo:

FASE I

·         Cores;
·         Animais do zoológico;
·         Brinquedos;
·         Números;
·         Frutas;
·         Estação do ano/desenho;
·         Datas comemorativas;
·         Filme/Disney Magic English;
·         Músicas.

FASE II                   
                                                 
·         Cores;
·         Números;
·         Brinquedos;
·         Meios de transporte;
·         Alfabeto;
·         Partes do corpo;
·         Tamanho e quantidade;
·         Estação do ano/desenho
·         Datas comemorativas;
·         Filme/Disney Magic English;
·         Músicas.

Metodologia:

§  Por meio da fala e entonação, repetição, gestos, expressões faciais, ações e circunstâncias, ajudam as crianças a compreender o que está sendo dito.

Materiais:
Folha de sulfite, lápis de cera, canetinha, xérox, filme e CDs de músicas.

Referências:
BRASIL. Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil volume 1.
Brasília: Ministério da Educação, 2006.

BRASIL. Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil volume 2.
Brasília: Ministério da Educação, 2006.

ORAGE, Melissa Machado. Língua inglesa para a educação infantil e séries iniciais do
ensino fundamental: Quem prepara esses profissionais?. Porto Alegre: _____, 2010.

 ROCHA, Cláudia Hilsdorf. Propostas para o inglês no Ensino Fundamental I público:
Plurilinguismo, transculturalidade e multiletramentos. Campinas: _____, 2010.


sábado, 2 de maio de 2015

Projeto: LITERATURA NORTE AMERICANA: conhecendo a vida e as obras de Edgar Allan Poe


ESCOLA- ESTADUAL FRANCISCO DE PAULA SANTOS

TEACHER: Alcione Aparecida Almeida da Costa 

Disciplina: Língua Inglesa

Projeto:
LITERATURA NORTE AMERICANA: 
conhecendo a vida e as obras de Edgar Allan Poe

Lorena, 2015.

Tema: Vida e obras de Edgar Allan Poe

Objetivo Geral: apresentar a literatura Norte Americana por meio da biografia, contos e características do autor Edgar Allan Poe.
                          
Objetivo Específico:
Motivar um olhar diferenciado da obra de Edgar Allan Poe;
Despertar a curiosidade de pesquisa nos alunos;
Fazer com que os alunos percebam as características do autor e seu gênero;
Trabalhar os vocábulos literários em inglês;
Explicar o que é resenha e sinopse (comparar);
Apreciar e assistir o filme The Raven;
Fazer com que os alunos consigam preencher ficha sobre o filme em Inglês;

Publico alvo: ENSINO MÉDIO

Tempo: 2 bimestre

Justificativa: Para que o aluno se sinta parte integrante de um processo de ensino aprendizagem em um mundo globalizado é importante apresentar a ele o mundo literário na língua inglesa no que tange a literatura Norte Americana. Por esse motivo o projeto tem como foco principal motivar e despertar curiosidade e aprofundar conhecimento sobre a literatura Norte Americana e desenvolver as habilidades de Reading; Writing, Listening e Speaking.

Desenvolvimento:
Leitura em inglês e português sobre a vida e obra de Edgar Allan Poe;
Leitura de contos de Edgar Allan Poe e suas características;
Preenchimento de ficha e trabalho sobre o filme The Raven (O corvo) e visita ao Blog da professora;
Debate sobre a vida e a obra de Edgar Allan Poe;
Comparar  a vida que Edgar Allan Poe teve com seus contos;
Estudar as características de Edgar Allan Poe em suas obras;
Assistir o filme The Raven e fazer atividade avaliativa;
Debate literário sobre o filme.

Recursos: Internet; livro; lousa; cartolina e CD.



Avaliação: Será por meio de participação, trabalho, debate, avaliação escrita e oral.