quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Poema: Circunstância

http://imguol.com/2012/11/22/22nov2012---ceu-laranja-no-amanhecer-da-cidade-de-dresden-na-alemanha-1353607171100_956x500.jpg
Onde estão os meus verdes?
Os meus azuis?
O arranha-céu comeu!
E ainda falam nos mastodontes, nos brotossauros, nos tiranossauros,
Que mais sei eu...
Os verdadeiros monstros, os papões, são eles,os arranha-céus!
Daqui
Do fundo
Das suas goelas,
Só vemos o céu, estreitamente, através de suas
Empinadas gargantas ressecas.
Para que lhes serviu beberem tanta luz?
De fronte
À janela aonde trabalho...
Há uma grande árvore...
Mas já estão gestando um monstro de permeio!
Sim, uma grande árvore muito verde...Ah,
Todos os meus olhares são de adeus
Como o último olhar de um condenado!

Mario Quintana

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